"Esse não dá pra vaqueiro não, o negócio dele é a bola", repetiam os irmãos de Adelino sempre que o garoto fugia da lida no sítio em Mossoró (RN). E eles estavam certos.
Bom de bola, o menino
chegou a ser contratado por uma usina de sal da cidade durante a adolescência,
só para representá-la no campeonato municipal de futebol de salão.
Foi em um desses
jogos que representantes do clube paraibano Treze o encontraram. A proposta era
jogar futebol de campo, mas Adelino não teve dúvida. Sozinho, aos 17 anos,
arrumou as malas e seguiu para Campina Grande.
O encantamento foi
tanto que não deixou mais a cidade ou o Treze. Com exceção de um período no
Sampaio Corrêa, do Maranhão, nos anos 1970, mas que não durou um ano. Ele logo
estava de volta.
Tornou-se o segundo
maior artilheiro do Treze, com 151 gols, e igualou a marca de Pelé com oito
gols em uma única partida. A façanha aconteceu em 1979, contra o Nacional de
Cabedelo, pelo Campeonato Paraibano -o jogo acabou em 13x0. Acabou ganhando o
apelido de Leão do Galo.
Assim como outros
jogadores da época, Adelino começou a se achar velho para o esporte antes mesmo
dos 30. Aposentou-se, prometendo nunca mais jogar futebol. Mas o de campo, já
que manteve até recentemente os jogos de futsal às quartas com amigos.
Nas décadas
seguintes, dedicou-se à oficina que herdou do sogro, à família e aos jogos do
Treze. "Metódico e tranquilo", resume o filho Adriano.
Morreu dia 3, aos 67,
após complicações em decorrência de uma úlcera. Deixa mulher, dois filhos e
dois netos, além de uma netinha a caminho
FONTE – FOLHA DE SÃO
PAULO
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